


Após aquela loucura de estar amarrado, numa casa estranha, com uma mulher em cima, dentro, fora, do lado, dormindo. Acordei, e por alguns segundos hesitei em abrir os olhos.
Pensava...Na verdade pedia para que tivesse sido tudo um sonho.
Eu sei que era uma mulher linda que se deliciou com o tanger de nossas peles, mas podia ser uma louca que ia me matar depois de se satisfazer.
Resolvi olhar. _Fazer o que?Uma ora eu tinha que abrir meus olhos trêmulos. Foi então que me vi naquela mesma situação. Pés e mãos amarrados, boca selada, em um quarto de mulher.
Ela não estava mais adormecida ao meu lado, parecia que nem estava na casa, parecia tanta coisa que eu consegui imaginar em um segundo.
Comecei a pensar como sairia dali, se tinha jeito, que era um idiota._ Como uma mulher tão frágil, bonita, sexy, gostosa, podia comigo?
Comecei a forçar a barras da cama, mas só feria meus tornozelos e pulsos, até desistir. Queria água, comer, ir ao banheiro, sair...trabalhar! _O que meu chefe diria? Eu sumo e nem ligo? E quem iria acreditar que eu fui seqüestrado por uma louca-linda e sedenta de luxúria? Nem eu acreditava!
Comecei a cantar músicas na cabeça, e lembrei de Lara!
Que dia era hoje mesmo? O encontro! As músicas ao vivo, o sebo, os livros, os discos, os CDs, nossas mãos se tocando ao pegar um mesmo livro, o sorriso dela constrangido, o bar, as bebidas, elas ficando soltinha, minha mão na sua nuca de repente, um beijo lento até ela se entregar aos meus lábios, e eu poder degustá-la com a intensidade que sinto. _Ahh...! O fim da noite, o convite para entrar, os toques, os beijos, as peles sedentas de contato, a vontade fumegante de se conectar, o cheiro dela, o gosto dela, o prazer, o ápice, o depois... e eu aqui amarrado!!
Queria gritar, mas a fita? Com o pouco de saliva que me restava comecei a tentar retirar a fita com a língua, até ficar dormente. Até conseguir.
Assim que a fita saiu comecei a grita,r o mais alto que pude, precisava ver a Lara, como ia perder tudo aquilo, ali amarrado.
Gritava e nada acontecia, ninguém me ouvia, ia ficar ali até a louca voltar e repetir a dose.
As horas foram passando, e eu fui passando de um estado de revolta para um estado de submissão, e ali permaneci até achar que tinha parado de respirar.
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Depois de muito cápitulos reais, volto aos ficcionais...
Há no mundo algo que me inspira...as vezes cruzo com isso e isso me sequestra de volta para cá.
Aguarde que faltam 2 partes.