Transcendido por
Natalia Vieira
Entre um esquecimento débil você surgiu
Encantando com um olhar sutil
Não resisti a esse ser gentil
Que no raiar do sol sumiu.
A marca não era removível
Em mim um emanar terrível
De vontade de presença plausível
Por alguém talvez invisível.
Ao te ver em sequência me perdi
Quando com outrem te percebi
Entre lágrimas desisti
Mas em mim te vi ressurgir.
Num leito que me sentia estranha
Por não lhe expor das entranhas
Uma vontade de dividir minhas manhas
Como uma menina que sonha.
Nunca consegui lhe dizer o que sinto
Sempre preso tudo aqui dentro
Fico longe, fujo e minto
Pra não magoar um coração tão intenso.
Na incerteza não me arrisco
Perco o fio e arranho o disco
Sem mãos dadas ou beijo de visco
Em distância mantenho um aviso.
Em seus olhos sonoros revivi
Um sentido que nunca esqueci
Por amar muitas coisas em ti
Mas o medo me fez refletir.
Eu queria ter coragem
Pra transformar a imagem
Em ação ou paisagem
Das coisas que em mim se fazem.
Me perdoa não ser tão sincera
E ficar na espreita à espera
De uma luz a brilhar na janela
Em seu olhos, quem me dera.
Um dia ainda serei transparente
E vou curar esse meu coração doente
Parar de fingir não ser carente
E te agarrar com unhas e dentes.
Não se perca de mim por favor
Pode ser um misero temor
Pra manter com pouco louvor
Essa minha forma de amor.
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blá blá blá
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