Maternidade


Desde que nascera Clara sabia q era especial, mal abriu os olhos descobriu que não veria o mundo como todo mundo.
A verdade é que Clara não via. Como ela repetia para todos assim que entendeu que não podia enxergar:
_ A luz de meus olhos não existem, mas a do coração sempre estará aqui!
Clara sempre se sentiu diferente, não um diferente ruim, ela sabia que algo a protegia.
Ainda pequenina sentia que algo a rodeava e guardava, sabia que todas aquelas vezes que não caíra num buraco , ou não fora atropelada, ou mesmo acertava o caminho para qualquer lugar era essa coisa mágica que a acompanhava.
Ela tinha uma vida comum, fazia tudo que qualquer um poderia fazer, as vezes até mais...
Quando passava pela floricultura não podia ver o colorido das flores, mas sentia o poder da vida que o odor delas emanavam. Ao ouvir uma musica, não era letra e melodia, era a união de momentos do compositor com os dela. Um toque não era apenas pele com pele, mas era sentir o outro por completo. Provar um sabor novo era como colher frutas frescas do pomar.
Clara via o mundo, mas não com suas coisas ruins, sim com a pureza de construí-lo do jeito que ela imaginasse.
Contudo ela só podia ter esse maravilhoso em sua vida graças a essa força que a protegia, estava com ela todas as horas. Quando acordava ou dormia, em casa ou na rua, sozinha ou no meio de muitas pessoas.
Isso começou intrigá-la, ela precisava de respostas, o que era isso que a acompanhava.
Começou a sondar as pessoas, perguntava aos amigos, procurar em livros, queria saber o que poderia ser.
Seu pai percebendo sua inquietação a chamou e perguntou:
_Querida o que está havendo com você?
Clara tentou explicar o que sentia mas não entendia.
O pai pediu que ela se sentasse, e começou a falar.
_ Clara, durante alguns anos eu e sua mãe tentamos ter um bebê e não conseguíamos. Quando descobrimos que sua mãe estava doente juntamente descobrimos que ela esperava você. Eu não sabia o que fazer, se ficaria alegre por estar realizando nosso maior sonho ou triste por saber que em alguns meses, um ano talvez, o câncer se espalharia e eu perderia o grande amor da minha vida. E sua mãe no meio daquelas noticias tão desconcertantes virou para mim e disse: _ Amor, se as lágrimas que brotam dos seus olhos forem de tristeza é melhor que eu morra logo, pois não te permito ficar triste. Quanto nós lutamos para poder receber esse presente, nosso filho e se o preço para eu tê-lo é a eternidade, ainda estou pagando pouco. Nunca deixarei vocês. Sempre que a dor os assolarem eu estarei lá para enxugar suas lágrimas, quando o mal passar por perto eu os defenderei, não haverá do que não protegerei vocês, estarei de seu lado.
As lágrimas já escorriam dos olhos dos dois, ele continuou:
_ Filha, sua mãe ao morrer, logo após ver seu rostinho, levou de você as portas mais fáceis para o mundo, a visão. Mas deixou as portas para o maravilhoso, a liberdade de construir o mundo como você quiser. Ela vai estar do seu lado sempre, é ela que você sente.
Clara estava um pouco confusa e questionou:
_ Como pode ser?
_ Eu posso não ter a resposta que você gostaria, mas sei de uma coisa: não importa o que aconteça isso é amor, e só é assim porque ela era mãe!
Category: 2 blá blá blá

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito dq vc escreve, embora as vezes me parece confuso, parece que foge do tema ou vaga em outra direção. Vou aprender a entendê-la
93689636

Anônimo disse...

este horário está errado, são 02:20hs do dia 01/06/2008