
Não foi assim do nada, foi de caso pensado.
Já esperava que eu desistisse disso.
Escrevia porque as palavras me eram como o ar: adentravam meu ser, me enchiam de vida e depois jogavam fora o que não prestava, o desnecessário.
Mas com o tempo fui vendo que o desnecessário era respirar, escrever. Escrevendo vivia entre as palavras, dando continuidade a alguma vivacidade entranhada aqui. Porém só é preciso viver quando se tem por que viver, quando não se tem é melhor permitir que o ar lhe falte sufocando levemente as idéias.
Então me deitei e como já havia decidido parar de escrever, parei de respirar.
Levemente fui sentindo um impulso do meu corpo em lutar contra a força que eu fazia em não respirar, mesmo esse embate estando difícil, me mantive firme e não desisti, quis voltar inúmeras vezes mas repetia em minha mente_ Não! E seguia em meu propósito, e um desespero foi me consumindo quando o corpo já não resistia mais, eram as idéias fazendo seu trabalho de me deixarem confusa com minhas decisões, não as ouvi, já desfalecendo girei meu rosto para o lado e na direção de meus olhos estava o computador ligado, na tela um site que eu costumava ler e um texto novo tinha sido postado, de repente as idéias juntamente com o corpo me forçaram a refletir:
Permitiria a morte me levar sem eu ler mais aquele texto?
Deixei o ar entrar.
Com uma dor inexplicável.
Senti a vida retornar.
Corri para o computador e comecei a ler.
Li até o ponto final.
Recuperando ainda o fôlego, descobri que não era eu quem me obrigava a respirar, era o ar, que sem pedir licença, entrava em meus pulmões. Descobri que não podia parar de escrever, as idéias entravam sem discrição alguma e as palavras saiam sem pudor.
Respirando lentamente dei por mim que acabara de escrever mais um texto.
2 comentários:
Muiito bom menina. Continue a escrever e a ler que quem sabe cheguemos aos 30.hehehehe.Beju.
Só de caso pensado; muito bem pensado...
Lembranças
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