Distância


Era madrugada e eu não conseguia dormir. Talvez por sentir que nós estivéssemos distantes, fazia tempo que não conversávamos.
Andei pela casa evitando o acordar, isso não era necessário, por que eu o incomodaria, podia ser que só eu tivesse vendo essa distância e poderia causar uma briga desnecessária. Alias, eu só queria dizer que te amava mais do que nunca e sentia falta da sua presença aqui. Acho que isso soaria estranho, alem do mais você esta sempre aqui, mas não sei o que acontece, mesmo do seu lado sinto a sua falta.
Tomei um banho quente para ver se relaxava e conseguia dormir, deitei do seu lado novamente, virava e revirava e o sono não vinha, meus pensamentos me atordoavam, eu queria lhe acordar e dizer tudo que passava na minha cabeça, então decidi fazê-lo...
Te chamei delicadamente ao ouvido, mas você nem se mexeu. Resolvi dar uns tapinhas em seu braço mas nem balbuciou. Comecei a te balançar suavemente e repetia seu nome ainda baixinho, contudo você nem parecia respirar. Tomei-me de uma força e sacudia seu corpo inerte e gritava: _Acorda!Acorda!Não faz isso comigo!Por favor!
Desesperada sem saber o que fazer chorava e batia em você com uma raiva que baixara em mim por saber que estava te perdendo. Tentei primeiros-socorros, batia em seu peito, sacolejava seu corpo, respirava em sua boca e continuava naquela frieza fúnebre.
Corri até o telefone e aos prantos liguei para emergência, falava tudo confuso, só me lembro que me disseram que chegariam rapidamente.
Sentei ao lado do telefone que ficava na parede oposta à cama, olhava para você no meio dos lençóis amassados com um braço caído para fora da cama e uma expressão serena no rosto. Fiquei ali parada até a emergência chegar. Abri a porta e voltei-me ao canto da parede. Mal consegui responder aos para-médicos. Levaram você e eu nem consegui me mexer. Fiquei ali por horas, dias, até que me arrancaram de lá. Me tiram do canto mas não tiraram o canto de mim.
Não importava onde eu estivesse me sentia acuada pela impotência de não poder te salvar.
Mal dormia, mal comia, mal existia. Não falava com mais ninguém, abandonei a mim. Parava e olhava fixamente para um ponto e ficava ali infinitamente, poderia ficar para sempre, esperando estar com você.
Depois de uns meses a casa de minha mãe, voltei para casa.
Olhava ao redor e nada me interessava, voltei ao quarto e me sentei no meu canto. Lembrei porque tentei te acordar naquela noite, lembrei também que fui tomar banho, que andei pela casa, não queria te acordar, mas seu tivesse tentado te acordar antes poderia estar aqui comigo agora.
Chorava...
No meio da minha solidão e lágrimas, resolvi te dizer o que eu não consegui:
_Só queria ouvir sua voz hoje. Só queria te lembrar que eu te amo. Vou estar aqui sempre com você. Não fique distante de mim.
Não importa onde ele esteja. Ele não está mais aqui!
Category: 2 blá blá blá

2 comentários:

jaq. disse...

gosto dos seus textos, mas ás vezes são trágicos demais... rs
bjs

Anônimo disse...

Nat vc é grega?
Parece uma tragédia. Mas vc sempre fala de amar, amor
Vc ama?

(a partir de hoje assinarei 93689636)
(sem sono, pensando...só não estou com a janela aberta..faz frio.)