
De repente comecei a prestar atenção naquele barulhinho que a colher fazia ao bater nas paredes de louça da caneca. E daí se desencadeou uma sonoridade tão particular da noite. Ouvia um galo que devia estar com problemas no seu rádio relógio. Ouvi uns gatos uivando, acho que não deveriam estar no seu normal. Algumas vozes bem longe, que mal dava para entender ou diferenciar o sexo de quem falava. Ouvia de vez em quando um veículo passando na estrada um tanto distante. E ali parada - não completamente porque ainda mexia a colher - fiquei tentando ouvir mais distante, e mais distante...
Fazendo isso provoquei pensamentos que estavam adormecidos e que sairam correndo fazer barulho. Lembrei de coisas que já havia me esquecido, até algumas sensações começaram aparecer, comecei a voltar a me sentir uma pessoa pequenininha e triste, e as lágrimas até começaram a tentar florescer.
Foi quando fui interrompida por um barulho.
Era a porta do quarto que por sua idade já faz barulho ao abrir, e quem entrava era só uma pessoa que me ama.
Deixei de ouvir tudo e pude dormir.
Talvez ela nunca entenda porque do agradecimento, mas ela era o que eu precisava lembrar naquele momento.

Um comentário:
Certamente começava mais um de seus sonhos....
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